“Sobre contemplar o presente com desapego”
Se você vive no hemisfério norte seja bem vindo ao outono, antecedendo os invernos frios.
Se você está abaixo da linha do Equador, abra os abraços para a primavera, na transição para o verão.
Seja qual for a estação do ano, seja qual for a cor do céu ou a temperatura externa, muito absorvemos dessas condições da natureza no nosso dia a dia. Embora esperemos algo pré- definido para cada nova época do ano, ainda assim podemos ser surpreendidos pela força preponderante de transformação da natureza.
Temos as nossas preferências, o verão ou o outono, por exemplo. Preferências julgadas pela liberdade que temos para atividades de lazer, pelo ânimo e disposição interna, pelas roupas a usar. Mas nem sempre está claro como estabelecemos conexões entre a nossa natureza interna e a natureza que nos cerca.
A cada nova estação temos a enorme oportunidade de criar novos espaços para aprendermos sobre nós mesmos. Porém, esse exercício só se torna possível quando “aterramos”no presente ou então, seguiremos repetindo comportamentos do passado, reclamando, reagindo com a insatisfação, na superficialidade. Desejando que não termine o que muito gostamos.
Viver a vida com um pouco mais de profundidade requer experimentar o presente, estando atento à mágica dos acontecimentos, de cada encontro. Apreciando um nascer do sol e suas nuances, observando uma flor, um tronco e seus sulcos, tocando e cheirando a neve e deixando o desfolhar das árvores tocar nossas cabeças, ouvindo o sopro do vento. Isso tudo representa incessantes chances para um novo despertar e essa talvez seja a primeira relação que temos a respeitar: com a natureza em volta, a partir de onde recebemos todos os insumos para nossa vida. O processo de conscientização vai se completando depois com o desabrochar das mudanças internas, novos olhares para o outro, para o mundo tornando-se mais claro.
Nas duas últimas semanas, aqui no MeditYoga, exercitamos o desapego e cultivamos o mindfulness nas práticas. A cada nova aula trazemos o tema da semana enriquecido desde a abertura, passando pelos asanas meditados pelo tema, nos pranayamas para aberturas criativas dos nossos pulmões e nas leituras inspiradoras que carregamos em nossos corações para o resto do dia (ou da noite).
E assim seguimos juntas atravessando as estações do ano, refletindo e buscando mais consciência interna. A harmonia da natureza deveria ser a inspiração pra nossa própria natureza.
Com amor,

Para a sua reflexão:
- Quantas vezes esse ano você levantou mais cedo para assistir a beleza do nascer do sol?
- Você percebe uma relação íntima entre o seu ânimo e a estação do ano? Lida bem com isso?
Ótima reflexão!